![]() |
Programa de Inclusão Digital tem apenas 16% dos telecentros funcionando.
O Governo Federal passa por um momento delicado em
relação à sua política de inclusão digital. Devido a problemas de gestão, dos
oito mil telecentros do Programa Telecentros.BR apenas 1,3 mil (16%) estão
conectados e em funcionamento, segundo o próprio Poder Executivo. A
insatisfação das entidades que lidam com o tema foi perceptível no I Fórum da
Internet no Brasil, que aconteceu em São Paulo na quinta e sexta (13 e 14).
O alvo da crítica das organizações que atuam em
parceria com o governo na implantação do programa é o atraso na conexão dos
telecentros. Dessa forma, as entidades que coordenam os telecentros localmente
– selecionadas via edital - não conseguem desenvolver o trabalho de inclusão
digital do público-alvo.
Uma dessas organizações parceiras do Ministério das
Comunicações (Minicom) é o Coletivo Digital, que desenvolve o trabalho em São
Paulo. A entidade venceu um edital em julho de 2010 para dar formação a uma
rede de monitores no Estado. No entanto, pela falta de conexão nos telecentros,
dos 1,5 mil monitores que precisariam ser formados até o fim deste ano apenas
40 foram.
Segundo Beatriz Tibiriça (Beá), do Coletivo
Digital, isso impossibilita o programa de receber os bolsistas que trabalhariam
como monitores dos telecentros e impede que essas pessoas entrem na Rede
Nacional de Formação para Inclusão Digital, que poderia chegar a 16 mil jovens
e que não consegue atender nem 10% desse total hoje.
“Ou damos conexão ou a política pública não
existirá. Isso não é mais um pedido, é uma exigência do movimento”, disse Beá.
Para ela, o governo deveria ter obrigado as teles a conectarem os telecentros
no acordo fechado em junho deste ano dentro do Plano Nacional de Banda Larga
(PNBL).
Outra entidade que se encontra em posição parecida
com o Coletivo Digital é o Projeto Saúde e Alegria, que atua no Oeste do Pará.
Segundo explica Paulo Lima, coordenador do Projeto, o contrato com o governo é
referente a 40 telecentros. “Até agora só chegaram nove kits e sem
computadores. Assim a entidade se desmoraliza porque cria uma expectativa na
comunidade”, reclama.
Governo
O governo, por sua vez, argumenta que o atraso no
cronograma do programa vem da dificuldade em gerenciar as parcerias com as
entidades e fornecedores de equipamentos. Muitas dessas organizações
responsáveis pelos telecentros – vários em zonas remotas do país - demoram no
envio de informações ou passam dados incorretos para o Minicom.
Segundo a diretora do Departamento de Articulação e
Formação do Minicom, Cristina Kiomi Mori, o governo vai mudar a estratégia de
gestão do Programa Telecentros.BR para acelerar a implantação desses espaços.
Ela explica que em vez de tentar conectar todos de uma vez, o ministério vai
concentrar sua atuação em estados mais necessitados para depois atingir os que
têm menos problemas. A diretora não estipulou um prazo, mas afirmou que isso
será feito “o mais rápido possível”. Como as entidades têm seu convênio
encerrado no fim deste ano, elas devem ganhar um aditivo para concretizar o
trabalho.
Jacson Segundo - Observatório do Direito à
Comunicação
Ajude a identificar os problemas da banda larga no Brasil
Liderados pela Consumers International, 30 entidades de defesa do consumidor espalhadas por 23 países estão participando de uma pesquisa internacional para identificar os principais de acesso à internet banda larga, e , aí, pressionar os provedores por melhores prática. No Brasil, a parceria é com o Idec.

Ela não leva muito tempo e, se você precisar interromper o preenchimento, pode salvar e continuar depois. A pesquisa poderá ser respondida até 16 de outubro.
Caso haja dúvida,encaminhe e-mail para pesquisa@idec.org.br com o assunto “Pesquisa Banda Larga”
Para acessar a pesquisa http://a2knetwork.org/surveys/index.php?sid=65979&65979X5X12=A5&lang=pt-BR