domingo, 21 de junho de 2009

40 anos depois da batalha do bar Stonewall Inn, NYC, um homossexual é morto na Parada Gay paulistana

Para o Inspetor Seymour Pine e sua equipe de oito detetives lotados na NYCPD - a delegacia de costumes da cidade de Nova York - o plantão de 27 de maio de 1969 parecia ser o de uma sexta-feira como todas as outras. Há muito o sindicato do crime chantageava os bares da cidade, em especial os bares gays do Greenwich Village. No Stonewall Inn, os proprietários, Tony (Fat Tony) Lauria e seu sócio, se recusavam a seguir a regra dos mafiosos e, por isso, o local era alvo de batidas policiais constantes. Após a visita dos tiras, como sempre rápida e rasteira, dois funcionários, três drag-queens e uma lésbica acabaram presos. Os demais clientes foram intimados a deixar o local em fila indiana e a polícia destruiu, mais uma vez, a decoração. Só restaria arregaçar as mangas e realizar o prejuízo.

Mas aquela era a noite do funeral de Judy Garland, ícone da comunidade gay, e o local e arredores de Christopher Street e Sheridan Square estavam lotados. O público, agitado, reagiu à arbitrariedade gritando palavras de ordem e logo uma pequena multidão se formou. Quando a moça lésbica estava sendo escoltada, começaram os gritos de "pigs" (porcos) e uma chuva de latas de cerveja alvejou o camburão.

Depois de deixar os presos na delegacia, os detetives voltaram - desta vez com mais violência - ameaçando matar quem ousasse sair do Stonewall. A luta pelo direito de permanecer no espaço do bar durou a noite inteira e, ao amanhecer do dia 28, cerca de 4.000 homossexuais estavam travando uma verdadeira guerra com a polícia. Durante quatro dias e quatro noites a batalha continuou e, finalmente, a polícia se retirou. Um mês depois aconteceu a primeira Parada pelo direito dos gays, que foi denominada "Marcha de Stonewall". Hoje, as celebrações se tornaram um ritual.

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