Em março de 2008, dezenas de jornalistas e pessoas ligadas à comunicação no país - unidas pela avaliação comum de que algo vai mal no reino da mídia nacional (e há um bom tempo, diga-se de passagem) - reuniram-se em São Paulo para pensar alguma ação comum na busca de caminhos para garantir maior diversidade informativa no Brasil. Desse encontro resultou o Fórum de Mídia Livre.
Por Renata Mielli, para o blog Janela sobre a Palavra.
Essa articulação de veículos, jornalistas e outras organizações realizou, em junho de 2008, o 1º Fórum de Mídia Livre, no Rio de Janeiro e agora se prepara para realizar o 1º Fórum Mundial de Mídia Livre, na cidade de Belém, nos dias 26 e 27 de janeiro de 2009, véspera do Fórum Social Mundial.
Bom, mas que almeja esse Fórum de Mídia Livre? Almeja existir, sobreviver. A ditadura midiática que vimos ao longo das décadas se consolidar no Brasil o fez, em grande medida, pelo poder econômico e político do Estado, numa explicita demonstração de que o aparelho estatal sempre esteve à serviço do projeto político das elites brasileiras.
O investimento através de linhas de financiamento públicas, o aporte de publicidade governamental – seja ela direta ou indireta – foram determinantes para construir os impérios de comunicação que reinam no país, com o intuito de abafar as vozes contestatórias existentes na sociedade.
No entanto, abafar não é o mesmo que calar e, portanto, sempre houve o contraponto, que muitos batizaram de imprensa alternativa. De perfil amplo e variado que vai desde iniciativas criadas nas comunidades locais, ou por afinidades temáticas para um público segmentado, ou as ligadas aos mais diversos movimentos sociais, as de grande e pequeno porte, empreendimentos de comunicação aparecem constantemente com o propósito de dar vazão a um ponto de vista diferente daquele veiculado pela grande mídia.
Contudo, parte desses veículos alternativos, que vamos chamar aqui de mídia livre, morre no mesmo ritmo que nasce, sufocada pela falta de recursos. Os midialivristas têm em comum o objetivo de lutar para que as iniciativas de mídia que surgem no país possam existir e com isso dar sua contribuição para garantir a pluralidade de vozes na mídia, elemento indispensável para a construção e consolidação da democracia.
A realização do 1º Fórum de Mídia Livre resultou num manifesto, com uma breve plataforma, definido consensualmente entre os participantes, que reúne compromissos e indicativas de ações para efetivar a luta pela Mídia Livre.
Claro que de tanta pluralidade surgem divergências, pontos de vistas diferentes sobre como tratar questões relativas a essa luta. Tratar essas visões distintas sem ignorá-las mas buscando sínteses que fortaleçam na unidade e na diferença a articulação dos midialivristas é o desafio que está posto para a manutenção desse espaço de luta.
A realização do 1º Fórum Mundial de Mídia Livre, além de expandir as fronteiras dessa luta, congregando outros atores nessa batalha, tem o desafio de fortalecer a articulação nacional dos midialivristas para que a plataforma de compromissos traçados no encontro do Rio seja reafirmada e colocada em prática.
Por Renata Mielli, para o blog Janela sobre a Palavra.
Essa articulação de veículos, jornalistas e outras organizações realizou, em junho de 2008, o 1º Fórum de Mídia Livre, no Rio de Janeiro e agora se prepara para realizar o 1º Fórum Mundial de Mídia Livre, na cidade de Belém, nos dias 26 e 27 de janeiro de 2009, véspera do Fórum Social Mundial.
Bom, mas que almeja esse Fórum de Mídia Livre? Almeja existir, sobreviver. A ditadura midiática que vimos ao longo das décadas se consolidar no Brasil o fez, em grande medida, pelo poder econômico e político do Estado, numa explicita demonstração de que o aparelho estatal sempre esteve à serviço do projeto político das elites brasileiras.
O investimento através de linhas de financiamento públicas, o aporte de publicidade governamental – seja ela direta ou indireta – foram determinantes para construir os impérios de comunicação que reinam no país, com o intuito de abafar as vozes contestatórias existentes na sociedade.
No entanto, abafar não é o mesmo que calar e, portanto, sempre houve o contraponto, que muitos batizaram de imprensa alternativa. De perfil amplo e variado que vai desde iniciativas criadas nas comunidades locais, ou por afinidades temáticas para um público segmentado, ou as ligadas aos mais diversos movimentos sociais, as de grande e pequeno porte, empreendimentos de comunicação aparecem constantemente com o propósito de dar vazão a um ponto de vista diferente daquele veiculado pela grande mídia.
Contudo, parte desses veículos alternativos, que vamos chamar aqui de mídia livre, morre no mesmo ritmo que nasce, sufocada pela falta de recursos. Os midialivristas têm em comum o objetivo de lutar para que as iniciativas de mídia que surgem no país possam existir e com isso dar sua contribuição para garantir a pluralidade de vozes na mídia, elemento indispensável para a construção e consolidação da democracia.
A realização do 1º Fórum de Mídia Livre resultou num manifesto, com uma breve plataforma, definido consensualmente entre os participantes, que reúne compromissos e indicativas de ações para efetivar a luta pela Mídia Livre.
Claro que de tanta pluralidade surgem divergências, pontos de vistas diferentes sobre como tratar questões relativas a essa luta. Tratar essas visões distintas sem ignorá-las mas buscando sínteses que fortaleçam na unidade e na diferença a articulação dos midialivristas é o desafio que está posto para a manutenção desse espaço de luta.
A realização do 1º Fórum Mundial de Mídia Livre, além de expandir as fronteiras dessa luta, congregando outros atores nessa batalha, tem o desafio de fortalecer a articulação nacional dos midialivristas para que a plataforma de compromissos traçados no encontro do Rio seja reafirmada e colocada em prática.
Fonte: http://www.vermelho.org.br/
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