sábado, 25 de abril de 2009

Uma extravagância que só a UJS pode ter!

Show do Jorge Ben - UJS Presente!

Nos dias de feriado a juventude constrói várias maneiras de diversão com cinema, esporte, visitas aos parques, teatro, circo, bate-papo e entretenimento. Esse mês, teve dois, o de Páscoa e o de Tiradentes. O ultimo foi prolongado e por dias pensei triste de saber que uma parte dessa juventude teria muito tempo pra descansar infelizmente assistindo televisão. E acredito que essa é a preocupação da maioria da galera do fomento cultural e das artes, lembrando que nesse meio a visão corporativa e relativa ao mercado acaba predominando sobe a galera do lado popular e que defende de fato uma arte para a soberania nacional. Conforme o final de semana se aproximava mais eu ficava preocupada e me indagava: “Caracas que viagem a UJS não organizar nada pra galera socialista alegrar a vida no feriado! Ter contato com aquele som maneiro e o grafite, trombar a galera divertida e alto astral. Debater política como coisa comum?”. Na verdade, eu sempre me senti incomodada com o lance de sedentarismo, entrei inúmeras vezes em conflitos de idéias (e me permiti) para ajustar a crítica, entretanto continuo vivenciando isso. Desde lá em Campinas, antes mesmo de conhecer a UCES e me organizar na UJS, abelhas já rondavam minha mente soluçando idéias para responder minhas enquetes. Às vezes eu me pegava mentalizando: “... hum, será que tem jeito essa merda de cultura contemporânea? E o que é contemporâneo? A gente vive como bichos ainda no século vinte (ainda era) competindo à amizade, o amor, a família (quem é essa?), dividindo o machismo, socialmente mó divisão na organização (haja vista a influência social-democrata, os anarkopunks, os reaças, os clubbers consumistas, os malufistas e tantos outros oportunistas que surgem dos sufrágios como a onda vermelha que elegeu Lula, etc e tal).”

Conforme eu me envolvia, mais eu continuava:

“Que porr... de globalização é essa? Computador nunca tive e acho que nunca vou ter. Minha mãe pelo menos não pode comprar. Pra eu mandar e-mail’s nos sindicatos vixe Maria, bom, quem ajuda E MUITO é a Apropuc e o Sinpro, mas mó galera já usa. Que jeito luto sem conhecer as idéias direito?”

E continuava:

“Livro? Hum, agora é que fud... tudo, esse ai só de sebo ou brechó e olha lá! Se depender do Mercado das Pulgas, to na mesma.”

“Formação do partido mó cara pra mim, sei lá pros outros, mas pra mim sem condições!
Bom, até hoje a condição financeira é apertada, mas o que me preocupa agora são as opiniões, as orientações e o nosso gosto pela pró-atividade juvenil.

Uma das minhas preocupações foi sanada nesse ultimo feriadão com o extravagante sentimento de alegria que a galera da UJS de Santo André me arrancou ao se organizarem na sede da Fúria Andreense (torcida organizada), grupos de trabalhos para discutir cultura, trabalho e movimento estudantil. Fiquei bem feliz de ser convidada e poder manter acesa a esperança de luta contra o sedentarismo consumista. A variedade e a inteligência da galera para nos reportar as análises da realidade do jovem por exemplo me motivou e certamente motivará todos que se despirem de algumas agendas afins de participar de dinâmicas parecidas.

Questões do papel da juventude trabalhadora da UJS e da Juventude Classista da CTB emergiram no sentido conceitual de que trabalho não deve ser visto só como aquilo que se organiza através de sindicato ou do meio formal. Preocupo-me com isso, interfiro apontando o fenômeno social que é o trabalho e o distingo do elemento profissão que é uma escolha ideológica e portanto as categorias através da vida sindical têm que ser vista como fator inteligível.

Arrasando galera, temos que perguntar, querer saber qual é o papel e as necessidades das campanhas junto a CTB na busca de mais direitos e qual o futuro desse debate dentro da UJS. O GT de Juventude Trabalhadora mandou bem demais chutando a porta e entrando com tudo!

Já os GT’s de Cultura e Movimento Estudantil tiveram que dividir a galera e debateram separadamente seus tópicos, mas faço uma breve avaliação de que sem dúvidas os temas apresentaram os novos desafios que são os congressos estudantis e a necessidade da diversificação e transversalidade da atuação dos jovens socialistas da UJS inesgotavelmente debatidos em toda nossa organização. Fala sério, a apresentação dos entraves objetivando o lançamento do movimento Da Unidade Vai Nascer A Novidade rumo ao 51º CONUNE esquentou aquela tarde fria, acompanhei dando umas orelhadas, mas deu pra sentir o grau de como a galera vai enfrentar a maré baixa das forças oportunistas de plantão.

Tanto é que identificamos no G.T. de cultura a necessidade de atuar incisivamente na campanha do CONUNE e Congresso da UEE SP. Evidentemente enfatizamos e pontuamos os principais momentos, traçando a lógica linha transversal que precisa acontecer sustentando a base do nosso movimento como a pilastra principal da construção da nossa fortaleza, que abriga nossos sonhos e rebeldias.

Usando barulho, protagonizando, alegrando ou entristecendo nosso cotidiano, a frente de cultura e arte da UJS de SP, vai crescendo e se espalhando como algo a entender não como coisa cara, que está fora do alcance de todos, mas como o a ponte que desobstrui as diferenças de linguagem e os diversos tipos de entendimento que é bem oriundo no nosso povo, da nossa gente! Sem perder de vista a qualidade é óbvio!

E no bojo de toda essa efervescência do feriado, nos vimos contentes, falando da vida e gozando dos ritmos musicais e do bom e velho churras que a periferia adora e cultua.

Foi tudo muito bom, mas temos que continuar sempre juntos, refletindo a imensidão das idéias fraternalmente porque sem nós o mundo é pobre e muito chato! É bom todos saber que essa extravagância só a UJS pode ter!

Obrigada e parabéns UJS!
Tais Nascimento

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