por Rodrigo Vianna
Uma das bandeiras de campanha de Obama foi dizer que a invasão do Iraque tinha sido um erro grosseiro da gestão Bush. Iraque não tinha nada que ver com Bin Laden e Al-Qaeda, afirmava o Obama candidato. E estava certo. Ele prometeu retirar as tropas do Iraque (até hoje não retirou, só reduziu o contingente) e concentrar a guerra no Afeganistão, onde estariam Bin Laden e seus apoiadores da Al-Qaeda.
Obama errou por algumas centenas de quilômetros. Bin Laden estava “escondido” numa cidade paquistanesa, num bairro próximo da Academia Militar do Exército daquele país, numa região onde vivem centenas de militares. Seria como se o inimigo público número um, no Brasil, vivesse em Deodoro – ali perto da Vila Militar no Rio.
Mas sejamos justos: Obama estava certo no diagnóstico. O correto, do ponto de vista dos EUA, era centrar esforços onde havia chance de Bin Laden estar. Só podia ser no Afeganistão (onde de fato o terrorista se escondia, antes de escapulir para o Paquistão). Ou no vizinho Paquistão.
A questão é: o que os Estados Unidos farão agora com suas tropas no Afeganistão e Iraque? Morto o inimigo número 1, os “rapazes” podem voltar à pátria depois de deixar pelo Oriente Médio um rastro de bombas, invasões de domicílios, prisões de Abu-Ghraib com torturas medievais, além de outros exemplos edificantes da defesa dos “valores ocidentais”?
Ou seria melhor deslocar parte dos “rapazes” para Líbia, Iêmen, Argélia – onde os “valores ocidentais” também precisam ser defendidos?
Onde houver petróleo, há valores ocidentais a defender. Por isso, a resposta parece evidente.
Tão evidente como o fato de Bin Laden ter sido eliminado (?!) quando já não estava no auge. Hoje, Bin Laden era apenas um “peão” nas disputas internas para decidir quem comandará o Islã. É o que você pode ler nessa análise publicada pelo Asia Times Online.
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