terça-feira, 14 de junho de 2011

A expansão da educação privada no Brasil: um novo modelo (parte 3)

A Desnacionalização da Educação Superior

A partir de 2005, se desenvolve uma nova conformação da educação superior que vem sendo chamado de desnacionalização da educação superior brasileira, caracterizada pela acelerada formação de conglomerados econômicos no campo educacional de educação superior, que passaram a atuar na bolsa de valores realizando abertura de capitais, através da Oferta Pública de Ações (OPA), redefinindo sua personalidade jurídica, anterior de entidades filantrópicas, para empresas do tipo Sociedade Anônima (S.A). Esses grupos protagonizaram transformações transformações significativas no quadro de fusões e aquisições no país. Os dados são reveladores do movimento de efetiva consolidação de um modelo de oligopólio na educação superior privada. Sendo um sério risco de colocar a educação superior brasileira nas mãos do capital especulativo, principalmente internacional. A atuação dessas redes de ensino evidencia os sinais preliminares de concentração oligopolística do setor, através da realização de um amplo movimento de fusões e aquisições das IES, preferencialmente as que enfrentam dificuldades financeiras (faculdades isoladas, centros universitários e universidades), no intuito de defender seus interesses e fortalecer-se diante do Estado.  (Peixoto/2009).


Notícias e informações sobre aquisições, incorporações realizadas e também sobre ofertas feitas por fundos de investimentos a instituições brasileiras de educação são frequentes. Segundo dados da Price Waterhouse & Coopers, no primeiro quadrimestre de 2008, foram fechadas 13 operações de fusões e aquisições no setor educacional, contra 25 de todo o ano anterior. (Gramani, 2008, p. 437).

Abriu-se assim um mercado com extraordinário potencial gerador de lucros em nível mundial e nacional. Por conseguinte, foi visando tal potencial econômico (e ao mesmo tempo estimulando e promovendo esse setor) que grandes grupos do ramo educacional, nacionais e internacionais, ao lado de grandes grupos de investimentos (GP, UBS, Pactual, Pátria), investiram e ainda estão investindo pesadamente.

Continua...

Nenhum comentário: