sexta-feira, 13 de março de 2015

Da Guerrilha ao planalto

Filha de uma brasileira com um búlgaro naturalizado, no dia 14 de Dezembro de 1947, nascia Dilma Vana Rousseff. Oriunda de uma família de classe média alta, aos 17 anos a então adolescente Dilma, demonstrou seus primeiros interesses pelo socialismo, ingressando na luta armada de esquerda através da militância nas organizações COLINA (Comando de Libertação Nacional) e posteriormente da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares).

Depois de quase sete anos de militância, período em que ingressou na (POLOP) Política Operária, tornou-se responsável pelo Jornal O Piquete, aprendeu a lidar com armas e casou-se com Cláudio Galeno Linhares, militante cinco anos mais velho e que assim como ela defendia a luta armada, no dia 16 de Janeiro de 1970, momento em que o país lutava por democracia e liberdade de expressão, então com 23 anos, Dilma foi capturada pelos militares.

A prisão aconteceu após o militante José Olavo Leite Ribeiro, que frequentemente encontrava-se com Dilma, ter sido preso e torturado, sendo obrigado a contar sobre um encontro que teria com outros militantes em um bar da Rua Augusta, região central da capital Paulista.

Flagrada com uma arma, Dilma foi levada para a Operação Bandeirante, local em que anos depois o jornalista Vladimir Herzog perderia a vida. Na OBAN e depois no DOPS, a jovem militante foi torturada por 22 dias com palmatória, socos, pau de arara e choques elétricos. Condenada em primeira instância a seis anos de prisão, tendo cumprido três anos, Dilma deixou o Presídio Tiradentes no fim de 1972, casou-se novamente e em março de 1976 deu a luz a sua única filha, Paula Rousseff Araújo.

Após tornar-se mãe, forma-se em uma universidade, refazendo sua vida, anos mais tarde Dilma Rousseff retornaria a militância, dessa vez, através da política partidária. De 1985 a 1988, durante a gestão de Alceu Collares à frente da prefeitura de Porto Alegre, Dilma exerceu o cargo de secretária municipal da Fazenda. De 1991 a 1993 foi presidente da Fundação de Economia e Estatística, de 1999 e 2002 atuou como secretária estadual de Minas e Energia.

Em 2001 filiou-se ao PT (Partido dos Trabalhadores), no qual ajudou na campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a chefia do Ministério de Minas e Energia, a chefia do Ministério da Casa Civil e em 2010 foi escolhida para concorrer à eleição presidencial.

Mais uma vez mostrando sua força e determinação e entrando definitivamente para a história da política brasileira, no dia 31 de outubro de 2010, a guerrilheira Dilma, tornou-se a primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado e chefe de governo em toda a história do país.

Em um país em que houveram tempos nos quais mulheres não votavam, uma mulher assumiu a presidência. Como presidente, em seu primeiro mandato colocou em prática algumas de suas pautas assim como deu prosseguimento em pautas defendidas pelo ex-presidente Lula e pelo partido dos trabalhadores. 



Por Luciana Faustine

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