quarta-feira, 18 de março de 2015

Simplesmente Chiquinha

Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga, foi uma compositora, maestrina, pianista e regente brasileira. Nascida no Rio de Janeiro em 17 de outubro de 1847, Chiquinha foi também a primeira pianista de choro, autora da primeira marcha carnavalesca e a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.

Filha de José Basileu Gonzaga, general do Exército Imperial Brasileiro e de Rosa Maria Neves de Lima, uma escrava alforriada, de personalidade afável e humilde, Chiquinha também era afilhada de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, o que fez com que ela tivesse uma educação extremamente rígida. Quando criança, teve aulas de música com o Maestro Lobo, considerado um fenômeno musical, entretanto, também demonstrou interesse por ritmos oriundos da África e assim, passou a frequentar rodas de lundu, umbigada entre outros.

Cada dia mais apaixonada por música, aos 11 anos de idade iniciou sua carreira de compositora, com uma canção natalina "Canção dos Pastores". Aos 16 anos, por imposição da família do pai, casou-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Imperial brasileira e logo engravidou. Não suportando a reclusão do navio onde o marido servia, (já que ele passava mais tempo trabalhando no navio do que com ela) e as ordens dele para que não se envolvesse com a música, no ano de 1869 e já mãe de dois filhos, ela se separa do marido, provocando um grande escândalo na sociedade, afinal uma mulher desquitada não era aceita naquela época.

Anos após se separar do marido, Chiquinha reencontra um amor do passado, o engenheiro João Batista de Carvalho. Com João, ela teve uma outra filha, toda via motivada pelas traições do companheiro, ela mais uma vez se separa, sendo obrigada a deixar sua filha com ele, que não permitiu que ela criasse a menina, a pequena Alice.

Em 1879, solteira e criando apenas o primeiro filho, João Gualberto, Chiquinha começa a tocar instrumentos músicas se utilizado apenas do auto didatismo. Em 1880, começa a dar aulas de diversas matérias, é dessa forma que ela consegue se manter durante alguns anos, até chegar o momento em que consegue se estabelecer na música.

Apesar de todo preconceito sofrido, por ser uma mulher separada e criar um filho sozinha, Chiquinha Gonzaga se tornou uma grande referência musical, tornou-se também compositora de polcas, valsas, tangos e cançonetas, uniu-se a um grupo de músicos de choro, que incluía ainda o compositor Joaquim Antônio da Silva Callado.

Aos 52 anos, depois de já ter uma carreira de sucesso, Chiquinha conhece João Batista Fernandes Lage, um jovem de 16 anos, cheio de vida e talentoso aprendiz de musicista, por quem ela se apaixonou. Ele também se apaixonou perdidamente por ela e temendo o escândalo que essa relação causaria e a maneira negativa que afetaria sua carreira, ela então fingiu adota-lo e mudou-se com ele para Portugal, vivendo por muito tempo de forma discreta e tranquila.

Depois de anos vivendo ao lado de João Lage fora do Brasil, o casal resolve retornar o país e continuar a relação que só foi descoberta através de fotos e cartas encontradas após a morte da artista. Chiquinha faleceu no dia 28 de Fevereiro de 1935 então com 87 anos, ao lado de João Batista Lage, seu grande amigo, parceiro e fiel companheiro, seu grande amor.


Por Luciana Faustine

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