quinta-feira, 21 de junho de 2012

EDUCAÇÃO TEM QUE SER 10!


Artigo Iago Gabriel
Ao pensar em um Brasil mais justo, democrático e soberano não adianta deixar de pensar em um projeto de educação de qualidade que esteja a serviço da nação. Sem educação não há fortalecimento da democracia, não há igualdade social, não há progresso, logo, não há esperança para um país que não tenha como prioridade a educação.
Historicamente nosso país vem se caracterizando como um país  portador de frágeis políticas sociais. Reflexo disso, de um lado apresentamos os maiores índices de desigualdade social e do outro, uma das mais altas concentrações de renda do mundo. Com 50% de uma população de 192.847 milhões de pessoas em situação de pobreza, esse panorama excludente tem reflexos importantes no campo da educação. Da população com mais de 7 anos de idade, 11,2% são considerados  analfabetos, sendo que destes, aproximadamente 2,5 milhões estão na faixa de escolaridade obrigatória (7 a 14 anos). Mais de 2/3 da população (60,4%) não possui o ensino fundamental completo, 15% dos jovens estão na universidade, dos quais 2% em universidades públicas.
No âmbito estadual, assistimos um desmonte na escola pública. Prédios e salas consumidos pelo tempo, professores desgostosos com suas condições de trabalho e pelos salários baixos; aprovação automática, sem critério para a aprovação do estudante; administração incompetente, etc. Problemas esses que se desenvolvem há 20 anos baseados na política neoliberal implementada pela direita, deixando a desejar aqualidade ofertada da nossa educação, saúde, segurança pública, dentre outros.
Compete à nação, ao estado, à sociedade civil, aos estudantes brasileiros e a todos os envolvidos com a educação gerar condições para erradicar o analfabetismo e promover as mudanças urgentes e necessárias no sistema educacional brasileiro.
As etapas da Conferência Nacional de Educação, realizadas em 2010, inauguraram um rico processo de construção coletiva, que desencadeou em uma decisão política de submeter o debate em torno da construção do Sistema Nacional Articulado de Educação, com a sociedade civil e o poder público como participantes ativos.
Resultado disso foi o documento final do Plano Nacional de Educação com metas, diretrizes e estratégias de ação a serviço dos estudantes, educadores, funcionários e do povo brasileiro, que terá duração decenal. O PNE teve papel de unir todos os que se preocupam com a educação brasileira e, por essa razão, é um dos principais agentes para resolver o problema histórico educacional do nosso país, abrangendo a educação integral, a universalização do ensino infantil, a erradicação do analfabetismo e a valorização do profissional da educação pública e privada.
Nesse processo precisamos focar mais nas mobilizações e disputar a opinião dos que debatem educação, ganhar cada vez mais mentes para a melhoria de um todo. Os estudantes brasileiros, os profissionais e toda a sociedade civil organizada precisam pressionar o Congresso Nacional para que seja aprovado imediatamente o PNE com as reivindicações dos estudantes e de todos os envolvidos na área. Precisamos de uma educação a serviço da juventude brasileira; um ensino de acordo com a realidade, focado na cultura regional, flexível; uma escola acessível, que busque pela permanência do estudante e preze pela qualidade da educação oferecida.
Mas para que isso aconteça é preciso mudar verdadeiramente o sistema educacional por meio de seu financiamento. Precisamos de investimento direto para alcançar um novo patamar de ensino. Precisamos de 10% do PIB  e 50% do Fundo Social do Pré-sal destinados à educação, investimentos esses que serão aplicados na expansão de vagas no ensino superior público, no ensino técnico e na estrutura da escola atual, refletindo numa inovação para o sistema educacional.
Esses novos rumos que precisamos pautar trarão mais qualidade para o principal problema do nosso país, e ajudará a planejar a longo prazo e criar mais condições para que a juventude brasileira possa se educar, trabalhar e formar cidadãos dignos e em constante transformação.

Iago Gabriel é estudante, tem 19 anos é filiado a UJS de SP é Diretor de Grêmios da UPES.

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