segunda-feira, 11 de junho de 2012

Rio +20 Movimentando a Cidade Maravilhosa


Vinte anos após a Conferência histórica da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável - ECO92 que gerou documentos como a Agenda 21 que fundamentaram o movimento ambiental no mundo - o Rio de Janeiro volta a ser palco das discussões ambientais globais. A Rio+20 mais uma vez tem o desafio de desenvolver a nova agenda internacional para um desenvolvimento sócio ambiental.
Para nortear a conferência, a ONU lançou o documento conhecido como Rascunho Zero, que pauta principalmente o conceito de Economia Verde, conceito este que apresenta novos paradigmas para o crescimento dos países e erradicação da pobreza global, sendo entendido por muitos como uma forma de ajustes para amenizar as consequências da crise do modelo capitalista de economia, mantendo desta forma a desigualdade entre as grandes potencias do globo e países com um baixo índice de desenvolvimento.
No Brasil onde a pobreza alcança níveis astronômicos o desenvolvimento econômico se faz extremamente necessário, porém tal crescimento não pode se dar a qualquer custo, sem inclusão social, não levando em consideração os aspectos ambientais das regiões mais carentes economicamente. O grande desafio para a construção de um desenvolvimento de fato sustentável e inclusivo está em conhecer mecanismos para a diminuição de impactos, o que está totalmente vinculado com os debates de desenvolvimento e progresso da ciência.
Concomitantemente a conferência oficial ocorrerá a Cúpula dos povos que tem como principal intuito a contraposição ao debate de economia verde. A Cúpula dos Povos é parte de um processo de acúmulos históricos e convergências das lutas locais, regionais e globais, que tem como marco o Fórum Social Mundial e como bandeiras políticas as lutas anti-imperialista, anticapitalista, classista, antirracista, antipatriarcal e anti-homofóbica.
A Cúpula centralizará as suas atividades no Aterro do Flamengo e será constituída de grupos de discussão autogestionados, Assembleia Permanente dos Povos e espaço para organizações e movimentos sociais exporem, praticarem e dialogarem com a sociedade suas experiências e projetos.
Apesar do espaço de discussão da cúpula dos povos aglutinar de forma bastante saudável amplos setores dos movimentos sociais mundiais, de forma equivocada ela se coloca de totalmente de costas a conferência, se retirando do debate “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”, o qual visa enviar recomendações aos Chefes de Estado e de Governo presentes na Rio + 20.

Entendendo a Rio+20:
Durante a conferência oficial serão realizadas diversas atividades paralelas e atividades relacionadas, formando um amplo calendário de debates sobre os rumos para um “desenvolvimento sustentável”.
São três espaços de diálogos que ocorrerão e fazem parte da Rio +20:
Conferência Oficial da ONU: Reúne chefes de estado de todo o globo e delibera sobre os documentos apresentados, é um espaço fechado a participação da sociedade civil.
Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável: Espaço de discussão entre a sociedade civil e o governo brasileiro, que tem como principal objetivo a construção de documentos a serem levados à Conferência Oficial. Os participantes desse espaço são indicados.
Cúpula dos Povos: Reunião organizada pelos movimentos sociais para a discussão dos temas ligados a conferência oficial, onde podem participar qualquer membro da sociedade civil sem prévia inscrição.

Agenda

13 a 15 de junho - III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência.
15 a 19 de junho - Eventos com a sociedade civil.
15 a 23 de junho – Cúpula dos povos.
16 a 19 de junho - “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável” espaço construído pelo Governo brasileiro com apoio das Nações Unidas.
20 a 22 de junho - Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.

Para maiores informações sobre o posicionamento comunista sobre as questões ambientais acesse o site do Instituto de Pesquisa e Defesa do Meio Ambiente: WWW.inma.org.br

Por Karen Castelli, Mestranda em Engenharia civil e Ambiental pela UNESP e Diretora Nacional de Meio Ambiente da UJS.

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