Vinte
anos após a Conferência histórica da ONU sobre o Desenvolvimento
Sustentável - ECO92 que gerou documentos como a Agenda 21 que
fundamentaram o movimento ambiental no mundo - o Rio de Janeiro volta
a ser palco das discussões ambientais globais. A
Rio+20 mais uma vez tem o desafio de desenvolver a nova agenda
internacional para um desenvolvimento sócio ambiental.
Para
nortear a conferência, a ONU lançou o documento conhecido como
Rascunho Zero, que pauta principalmente o conceito de Economia Verde,
conceito este que apresenta novos paradigmas
para o crescimento dos países e erradicação da pobreza global,
sendo entendido por muitos como uma forma de ajustes para amenizar as
consequências da crise do modelo capitalista de economia, mantendo
desta forma a desigualdade entre as grandes potencias do globo e
países com um baixo índice de desenvolvimento.
No
Brasil onde a pobreza alcança níveis astronômicos o
desenvolvimento econômico se faz extremamente necessário, porém
tal crescimento não pode se dar a qualquer custo, sem inclusão
social, não levando em consideração os aspectos ambientais das
regiões mais carentes economicamente. O grande desafio para a
construção de um desenvolvimento de fato sustentável e inclusivo
está em conhecer mecanismos para a diminuição de impactos, o que
está totalmente vinculado com os debates de desenvolvimento e
progresso da ciência.
Concomitantemente
a conferência oficial ocorrerá a Cúpula dos povos que tem como
principal intuito a contraposição ao debate de economia verde. A
Cúpula dos Povos é parte de um processo de acúmulos históricos e
convergências das lutas locais, regionais e globais, que tem como
marco o Fórum Social Mundial e como bandeiras políticas as lutas
anti-imperialista, anticapitalista, classista, antirracista,
antipatriarcal e anti-homofóbica.
A
Cúpula centralizará as suas atividades no Aterro do Flamengo e será
constituída de grupos
de discussão autogestionados, Assembleia
Permanente dos Povos e espaço
para organizações e movimentos sociais exporem, praticarem e
dialogarem com a sociedade suas experiências e projetos.
Apesar
do espaço de discussão da cúpula dos povos aglutinar de forma
bastante saudável amplos setores dos movimentos sociais mundiais, de
forma equivocada ela se coloca de
totalmente de costas a conferência, se
retirando do debate “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”,
o qual visa enviar recomendações
aos Chefes de Estado e de Governo
presentes na Rio + 20.
Entendendo a Rio+20:
Durante a conferência oficial serão realizadas diversas atividades
paralelas e atividades relacionadas, formando um amplo calendário de
debates sobre os rumos para um “desenvolvimento sustentável”.
São três espaços de diálogos que ocorrerão e fazem parte da Rio
+20:
Conferência Oficial da ONU: Reúne chefes de estado de todo o
globo e delibera sobre os documentos apresentados, é um espaço
fechado a participação da sociedade civil.
Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável: Espaço de
discussão entre a sociedade civil e o governo brasileiro, que tem
como principal objetivo a construção de documentos a serem levados
à Conferência Oficial. Os participantes desse espaço são
indicados.
Cúpula dos Povos: Reunião organizada pelos movimentos
sociais para a discussão dos temas ligados a conferência oficial,
onde podem participar qualquer membro da sociedade civil sem prévia
inscrição.
Agenda
13 a 15 de junho - III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se
reunirão representantes governamentais para negociações dos
documentos a serem adotados na Conferência.
15 a 19 de junho - Eventos com a sociedade civil.
15 a 23 de junho – Cúpula dos povos.
16 a 19 de junho - “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”
espaço construído pelo Governo brasileiro com apoio das Nações
Unidas.
20 a 22 de junho - Segmento de Alto Nível da Conferência, para o
qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de
Governo dos países-membros das Nações Unidas.
Para maiores informações sobre o posicionamento comunista sobre as
questões ambientais acesse o site do Instituto de Pesquisa e Defesa
do Meio Ambiente: WWW.inma.org.br
Por Karen Castelli, Mestranda em Engenharia civil e Ambiental pela UNESP e Diretora Nacional de Meio Ambiente da UJS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário