Tarda
mas não falha
Tarda, tarda, tarda mas
não falha aqui está presente à juventude do Araguaia. Qualquer pessoa que participe de
alguma organização política, movimento estudantil ou algo parecido,
provavelmente em algum momento da vida já escutou esse grito de guerra. Escrito
em homenagem aos guerrilheiros do Araguaia, o grito é uma forma de sempre relembrar
aqueles que morreram e desapareceram quando lutavam pela democracia em um país
tomado pela repressão da ditadura militar.
A
Guerrilha do Araguaia foi um movimento guerrilheiro existente na região
amazônica brasileira, ao longo do rio Araguaia, entre fins da década de 1960 e
a primeira metade da década de 1970. Criada pelo Partido Comunista do Brasil
(PCdoB) tinha por objetivo lutar pela liberdade e pela democracia no país que
vivia sob a perplexidade do temido Ato institucional nº 5 (AI5), publicado no
dia 13 de dezembro de 1968 e que dentre outras coisas, permitia ao presidente
cassar mandatos e suspender os direitos políticos de qualquer cidadão por dez
anos.
Entre
os diversos guerrilheiros desaparecidos no Araguaia, estava Dinalva Conceição
Oliveira Teixeira ou "Diná do Araguaia", como era conhecida. Diná
nasceu no estado da Bahia, em Castro Alves, no dia 16 de Maio de 1945. Em 1968,
formou-se em Geologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e em maio de
1970, juntamente com seu marido, Antônio, chegou ao Araguaia para iniciar a
luta armada rural contra o governo militar. Como professora e parteira, ganhou
fama e admiração entre os habitantes da região, nos anos de preparação da
guerrilha, entre 1970 e 1972.
Seu
preparo físico, força, facilidade de enfrentamento, espírito de liderança e
personalidade decidida, lhe renderam a fama de invencível. Foi a única mulher a
ser vice- comandante de um destacamento da guerrilha, enfrentou tropas
militares por várias vezes, ferindo soldados e oficiais, sempre conseguindo
escapar dos cercos do inimigo. Os militares tinham especial determinação em
achá-la, considerando-a "perigosíssima" e uma ameaça à ação militar
na região, no intuito de destruir o mito criado entre o povo do Araguaia para
desmoralizar a guerrilha. Sua morte tornou-se necessária para o exército.
Após
sobreviver ao ataque à comissão militar da guerrilha, ocorrido no dia 25 de
Dezembro de 1973, que matou cinco guerrilheiros, Diná embrenhou-se na mata
juntamente com outros companheiros, e ficou desaparecida até Junho de 1974,
quando foi presa pelos militares. Enfraquecida, doente e desnutrida, ela foi
levada à base em Xambioá onde foi torturada por duas semanas para que prestasse
informações sobre a guerrilha.
Em
dia não identificado ainda no mês de Junho de 74, foi colocada num helicóptero
pelo então capitão Sebastião de Moura e levada para uma mata próxima, onde foi
executada à tiros. Dada como desaparecida política, seu corpo nunca foi
encontrado.
Por Luciana Faustine
Fontes http://www.rebelion.org/hemeroteca/brasil/040326alves.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dinalva_Oliveira_Teixeira
http://www.istoe.com.br/reportagens/detalhePrint.htm?idReportagem=2364&txPrint=completo
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